Variação da escala visual analógica na consulta (dor crónica) no Nordeste Transmontano
Conference Paper
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abstract
A OMS estima que cerca de 30% da população mundial apresenta dor crónica. A DGS refere a “Dor como 5º Sinal Vital”, pelo que o seu controlo é um direito dos doentes e um dever dos profissionais de saúde. Sendo de boa prática o seu registo sistémico, através do Instrumento de Autoavaliação de Dor - Escala Visual Analógica (EVA).
Objectivo: avaliar a variação da escala EVA em doentes seguidos na Consulta da Dor Crónica da Unidade Local de Saúde do Nordeste.
Metodologia: É um estudo descritivo e transversal, com recurso aos dados registados, no processo clinico, pelo Médico Anestesiologista entre 2014-2017.
Apresentação e discussão dos Resultados: Obteve-se uma amostra de 271 doentes, num total de 995 consultas. A média de idade dos participantes do estudo é 64,4 anos (desvio padrão de 15,6 anos), com um mínimo de 17 e máximo de 97 anos. Maioritariamente do género feminino (N=198;73%), pois recorrem mais frequentemente a cuidados de saúde. A maioria dos doentes realizaram até 4 consultas, com predomínio de uma a duas por doente (N=122; 45%). Explica-se pelo controlo da situação em causa, pelas desistências ou por causas ainda não identificadas. Provenientes do Concelho de Macedo de Cavaleiros (N=73;27%). Seguidos de Bragança (N=62; 23%). Devido à sua proximidade com o local de consulta (MC) e porque são os concelhos mais populosos como indicaram os censos 2011. Distribuição em Médias para a escala EVA durante as consultas. Tivemos presente a Hipótese de que a Dor na primeira consulta seria a mesma que na última (Hipótese de Diferença = zero), a qual foi rejeitada. Observou-se que a Dor Crónica Mista (N=119;44%) foi a mais frequente. Cardoso (2014) refere que esta é a mais descrita, como sendo a mais comum na prática clínica. Os opióides Buprenorfina/Fentanil (N=195;49%/N=71;18%) como terapia medicamentosa foram os mais utilizados no controlo da Dor Crónica. Seguindo-se os analgésicos/anti-inflamatórios, é de destacar o Vimovo (Naproxeno/Esomeprazol) com (N=70;45%). Realizadas técnicas invasivas pelo anestesista em 116 doentes com intuito de tratamento e melhoria nas causas da dor crónica, sendo só um tipo de Infiltração (N=116; 80%) a mais frequente. A Acupuntura/Tratamento Termal foram a terapia adjuvante (N=118;44%/N=115;42%) mais recomendada/efetuada. Conclusão: Em resumo, os doentes seguidos na consulta de dor crónica são maioritariamente idosos, do género feminino e com dor crónica mista, necessitando para controlo da dor de intervenções associadas, farmacológica e coadjuvantes. Existe uma variação da escala consoante o número das consultas, o tipo de dor e a terapêutica medicamentosa/adjuvante. Observa-se uma predominância de uma ou duas consultas por doente, num total de 995 consultas. A média da escala EVA na primeira avaliação foi de 6 valores com desvio padrão de 2, e na final foi distinto o teste t studant demonstrou existir diferenças significativas na variação da dor entre a primeira e a última avaliação. Sugerimos o encaminhamento precoce destes doentes para a consulta de dor e a realização de outros estudos que sustentam a eficácia das terapêuticas no alívio da dor.