Alteração dos parâmetros analíticos decorrentes de um programa de treino
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Os pacientes com insuficiência renal crónica em programa regular de hemodiálise têm capacidade funcional reduzida e comportamentos sedentários, o que se traduz num aumento da morbimortalidade. Ao longo dos últimos anos têm sido desenvolvidos e implementados, nesta população específica, programas de maximização da funcionalidade com efeitos benéficos comprovados. As alterações do perfil analítico, decorrentes destes programas de intervenção, ainda não estão suficientemente estudadas. O objetivo principal deste estudo é analisar as alterações dos parâmetros analíticos da pessoa hemodialisada, decorrentes da implementação de programas de treino de maximização da funcionalidade. Para a concretização deste objetivo foi desenhada uma investigação causal comparativa, que decorreu na clínica NorDial; 24 indivíduos (grupo de intervenção) foram sujeitos a um programa de treino aeróbio (bicicleta estática e tapete rolante) antes das sessões de hemodiálise e 27 mantiveram a sua rotina habitual (grupo de controlo); todos os indivíduos foram sujeitos a avaliação antropométrica (peso, altura, índice de massa corporal) e da capacidade funcional (teste sit-to-stand, up and go e força de preensão manual) antes e depois da implementação do programa de treino e foi monitorizado o perfil analítico mensalmente durante um ano. Foram ainda determinados o tempo de duração das sessões de hemodiálise, a dosagem de darbepoetina administrada e o índice de adequação à hemodiálise.
Principais resultados:
Hemoglobina (g/dL) grupo de intervencao:
Mês 0 (N=23): 12,67±0,84; Mês 3 (N=23): 12,75±1,00
Hemoglobina (g/dL) grupo de controlo:
Mês 0 (N=23): 12,37±0,99; Mês 3 (N=23): 12,58±0,90
Hematocrito (%) grupo de intervencao:
Mês 0 (N=23): 37,88±2,90; Mês 3 (N=23): 37,73±3,28
Hematocrito (%) grupo de controlo:
Mês 0 (N=23): 37,10±2,70; Mês 3 (N=23): 37,64±2,80
Darbepoetina administrada (μg/sem) grupo de intervencao:
Mês 0 (N=23): 38,52±26,51; Mês 3 (N=23): 26,83±19,15**
Darbepoetina administrada (μg/sem) grupo de controlo:
Mês 0 (N=23): 41,39±35,85; Mês 3 (N=23): 30,91±29,57
No grupo de intervenção observou-se diminuição da dose de administração de darbepoetina, mantendo-se os parâmetros relativos à anemia inalterados, o que constitui uma vantagem para os pacientes e diminui os custos do tratamento. Relativamente aos outros parâmetros analíticos em estudo, não foi possível estabelecer relação efetiva entre a variabilidade encontrada e a implementação do programa de treino. No entanto, essa variabilidade verificou-se em ambos os grupos o que parece indiciar que a implementação do programa não tem efeito prejudicial sobre estes parâmetros e, particularmente, sobre a eficácia do tratamento dialítico. É premente a introdução de programas de maximização da funcionalidade na rotina diária de tratamento destes pacientes.
Os pacientes com insuficiência renal crónica em programa regular de hemodiálise têm capacidade funcional reduzida e comportamentos sedentários, o que se traduz num aumento da morbimortalidade. Ao longo dos últimos anos têm sido desenvolvidos e implementados, nesta população específica, programas de maximização da funcionalidade com efeitos benéficos comprovados. As alterações do perfil analítico, decorrentes destes programas de intervenção, ainda não estão suficientemente estudadas. O objetivo principal deste estudo é analisar as alterações dos parâmetros analíticos da pessoa hemodialisada, decorrentes da implementação de programas de treino de maximização da funcionalidade. Para a concretização deste objetivo foi desenhada uma investigação causal comparativa, que decorreu na clínica NorDial; 24 indivíduos (grupo de intervenção) foram sujeitos a um programa de treino aeróbio (bicicleta estática e tapete rolante) antes das sessões de hemodiálise e 27 mantiveram a sua rotina habitual (grupo de controlo); todos os indivíduos foram sujeitos a avaliação antropométrica (peso, altura, índice de massa corporal) e da capacidade funcional (teste sit-to-stand, up and go e força de preensão manual) antes e depois da implementação do programa de treino e foi monitorizado o perfil analítico mensalmente durante um ano. Foram ainda determinados o tempo de duração das sessões de hemodiálise, a dosagem de darbepoetina administrada e o índice de adequação à hemodiálise.
Principais resultados:
Hemoglobina (g/dL) grupo de intervencao:
Mês 0 (N=23): 12,67±0,84; Mês 3 (N=23): 12,75±1,00
Hemoglobina (g/dL) grupo de controlo:
Mês 0 (N=23): 12,37±0,99; Mês 3 (N=23): 12,58±0,90
Hematocrito (%) grupo de intervencao:
Mês 0 (N=23): 37,88±2,90; Mês 3 (N=23): 37,73±3,28
Hematocrito (%) grupo de controlo:
Mês 0 (N=23): 37,10±2,70; Mês 3 (N=23): 37,64±2,80
Darbepoetina administrada (μg/sem) grupo de intervencao:
Mês 0 (N=23): 38,52±26,51; Mês 3 (N=23): 26,83±19,15**
Darbepoetina administrada (μg/sem) grupo de controlo:
Mês 0 (N=23): 41,39±35,85; Mês 3 (N=23): 30,91±29,57
No grupo de intervenção observou-se diminuição da dose de administração de darbepoetina, mantendo-se os parâmetros relativos à anemia inalterados, o que constitui uma vantagem para os pacientes e diminui os custos do tratamento. Relativamente aos outros parâmetros analíticos em estudo, não foi possível estabelecer relação efetiva entre a variabilidade encontrada e a implementação do programa de treino. No entanto, essa variabilidade verificou-se em ambos os grupos o que parece indiciar que a implementação do programa não tem efeito prejudicial sobre estes parâmetros e, particularmente, sobre a eficácia do tratamento dialítico. É premente a introdução de programas de maximização da funcionalidade na rotina diária de tratamento destes pacientes.