Variação de parâmetros cardiovasculares no exercício isométrico. Estudo em jovens adultos saudáveis Conference Paper uri icon

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  • Os exercícios isométricos são utilizados como forma de prevenir atrofias; promover relaxamento muscular, (quando a contracção é intermitente e de baixa intensidade); ou para aumentar a força muscular e a resistência à fadiga, (quando é realizada por períodos superiores a 6 segundos). Contudo, a bibliografia salienta algumas precauções a serem observadas neste tipo de exercícios terapêuticos, por cursarem frequentemente com manobra de valsalva, elevação da tensão arterial (TA) e frequência cardíaca (FC). Tivemos por objectivo principal analisar a resposta cardiovascular ao exercício isométrico. A resposta cardiovascular à contracção isométrica foi avaliada em 42 universitários (M=18,9 anos; DP=1,61). Utilizámos prensa de pernas com célula de carga avaliar para a força isométrica do quadríceps com joelhos a 110º de flexão. Recorremos a monitor cardíaco para avaliar TA, FC, Duplo Produto (DP) e SPO2 em repouso e após 10 segundos de contracção isométrica máxima do aparelho extensor do joelho. Cada participante foi sujeito a duas avaliações, separadas por 5 minutos de repouso. Não verificámos alterações significativas da SPO2 com os exercícios isométricos do aparelho extensor do joelho. A tensão arterial sistólica (TAS) aumentou em média 13 mmHg no primeiro exercício (p=0.00); e 2,3 mmHg no segundo. Paralelamente ao aumento da TAS observámos uma diminuição da tensão arterial diastólica (TAD) em ambas as avaliações, com significância estatística pelo teste t para amostras emparelhadas (p=0,006/ p=0,033). A manutenção ou diminuição da TAD durante o exercício isométrico em força máxima é explicado pela literatura pela vasodilatação muscular periférica que ocorre para proporcionar maior fluxo sanguíneo aos músculos em esforço. Quando comparados com os valores basais, verificámos um aumento significativo da FC, medida na derivação D2, tanto para o primeiro exercício (p=0.00) quanto para o segundo (p=0.00). Observámos que o valor de pico da FC se manifestava no traçado ECG, cerca de 5 segundos após terminar o exercício. O duplo produto (DP) é utilizado em medicina desportiva, como estimativa do esforço cardíaco e do consumo de oxigénio pelo miocárdio, durante o exercício. O seu valor é obtido multiplicando a FC pela TAS oscilando os seus valores de referência entre 6000 em repouso absoluto e 40000 em exaustão. Aumentos estatisticamente significativos do DP foram observados no estudo (p=0,006/ p=0,000). Concluímos que a TAS e a TAD exibiram respostas diferenciadas durante os dois exercícios isométricos em força máxima a que os participantes foram submetidos. A sobrecarga cardíaca foi sobretudo visível ao nível do número de batimentos/minuto e do duplo produto. Recomendamos avaliação de parâmetros cardíacos basais e pós-esforço em programas de reabilitação em pacientes com função cardíaca menos eficiente (cardiopatias e idosos), adequação do tempo de contracção isométrica em função dessas avaliações e ensino da não utilização da manobra de valsalva.

publication date

  • January 1, 2011