Capacidade funcional e risco de queda - aptidão física, composição corporal e medo de cair em idosos institucionalizados Conference Paper uri icon

abstract

  • Garantir uma capacidade funcional no idoso que permita independência tanto nas actividades de vida diária (AVDs) como nas actividades instrumentais de vida diária (AIVDs) é essencial para que lhe seja possível continuar a viver com qualidade e a envelhecer de forma mais autónoma e saudável. Paúl (1997) identificou a perda da capacidade funcional como a principal razão encontrada na decisão de institucionalização de indivíduos idosos. Nesta linha, a capacidade funcional é um indicador importante na avaliação do idoso, com ou sem patologias conhecidas, e a sua mensuração é imprescindível para a detecção de factores de risco e implementação de estratégias adaptativas que minimizem esse risco. O declínio da capacidade funcional, nomeadamente, ao nível da aptidão física que envolve a redução dos níveis de força muscular, alterações da marcha e alterações do equilíbrio estático estão amplamente assinaladas na literatura como factores de risco major para a ocorrência de quedas na população idosa. As quedas constituem um grave problema de saúde pública. A epidemiologia refere-nos que 32% das pessoas acima dos 65 anos têm pelo menos uma queda por ano; que a frequência é maior em mulheres que em homens, que 5% das quedas resultam em fracturas e que a maioria dos idosos que tiveram uma queda cairão novamente nos seis meses subsequentes. A par dos factores intrínsecos ao próprio, declínio da capacidade funcional e comorbilidade, os factores extrínsecos, relacionados com o ambiente, desempenham um papel crucial na ocorrência de quedas e nas suas consequências. Por outro lado, a percepção pelo próprio de uma menor capacidade para usar as respostas de protecção durante a queda (velocidade de reacção para agarrar-se, colocar as mãos à frente por exemplo) e da capacidade para se levantar depois de ter caído pode desencadear o medo de cair que por si só agravará o declínio funcional pela via da auto-limitação da actividade e auto-restrição da participação.Os resultados preliminares deste projecto de investigação, que ainda está em curso, permitem, desde já, identificar diversos indicadores de declínio da capacidade funcional nos sujeitos da amostra recolhida. Detectaram-se baixos níveis de funcionalidade ao nível da agilidade, flexibilidade e equilíbrio associados a uma diminuição das forças de preensão manual e digital. Também os achados relativos à composição corporal se revelam pouco favoráveis e também eles se constituem como factores de risco de morbilidade de risco de quedas e de fracturas de baixo impacto. Com base nestes resultados, pode ser traçado um plano de intervenção que vise um estilo de vida mais saudável privilegiando a alimentação e o exercício físico no sentido de corrigir as alterações detectadas. Melhorar a funcionalidade da população idosa reduz significativamente os factores de risco de quedas aumentando, assim, também os níveis de actividade e participação social o que conduz a uma melhoria da auto-estima e da auto-imagem e a uma vida mais saudável.
  • http://www.vgportal.ipb.pt/idadesaude/2011/index.html

publication date

  • January 1, 2011