O desenvolvimento motor infantil é sem dúvida alguma, uma das áreas de estudo que mais tem
intrigado os investigadores em ciências do desenvolvimento humano. Os fatores genéticos associados
a fatores ambientais têm vindo a criar desafios interessantes em compreender a complexidade do
processo de evolução motora ao longo da vida e em particular nas primeiras idades. Temos vindo a
assistir a grandes transformações sociais que provocaram grandes alterações dos estilos de vida das
crianças e jovens, no contexto familiar, escolar e comunitário. Estas transformações necessitam de
explicações robustas e mais ousadas do ponto de vista científico, buscando metodologias de estudo
experimentais e naturalistas.
O interesse no estudo do desenvolvimento motor da criança, alcança várias áreas profissionais como a
pediatria e pedopsiquiatria, a enfermagem, a psicologia e ciências de educação, a sociologia da infância,
a educação especial e em particular a educação física e desporto. As variáveis de estudo são diversas,
com maior ou menor intrusão, mas implicam sempre um grande rigor e precisão nas suas abordagens,
na focalização dos seus objetivos, na definição metodológica e na apresentação e discussão de resultados.
Várias áreas de estudo com abordagens teóricas diferenciadas, tem vindo a enriquecer os estudos
em desenvolvimento motor da criança nas últimas décadas com grande impacto científico e social.
Podemos considerar que os estudos em desenvolvimento motor em crianças criança e jovens, são hoje
uma área autónoma de estudo e com uma identidade própria.
No contexto do ensino superior universitário e politécnico, podemos afirmar com grande segurança, que
temos em Portugal, grandes especialistas nesta área de conhecimento que asseguram uma formação
com grande qualidade pedagógica e científica os estudantes do ensino superior universitário público e
privado. Esta realidade foi possível construir ao longo dos últimos anos, porque se criaram circunstâncias
extraordinárias de laços institucionais e relações afetivas entre as pessoas que não é usual encontrar no
contexto universitário.
Esta família foi-se solidificando ao longo dos anos e constitui-se como uma organização espontânea e
não formal, que contribui anualmente para um encontro onde se torna possível um saudável convívio,
para trocar experiências e apresentar os resultados de estudos de investigação realizados nesta área
do conhecimento. É também uma excelente oportunidade para os estudantes de mestrado e doutoramento
apresentarem os seus projetos de estudo e serem “castigados” pelos mais velhos a ganharem
maturidade e autonomia nos seus percursos académicos. O número de seminários já realizados em
diversas instituições espalhadas pelo país, demonstra bem a determinação e a tomada de consciência