A falência do setor dos cereais de inverno em todo o interior norte e centro de Portugal, fez do castanheiro (Castanea sativa Mill.) uma das únicas fontes de receita dos agricultores nas zonas de maior altitude onde o cultivo da vinha e do olival não são viáveis. O preço favorável da castanha dos últimos anos tem focado a atividade agrícola nesta espécie e levado a alguma intensificação cultural. Apesar dos problemas fitossanitários que enfrentam, os soutos são hoje cuidados, sendo a fertilização uma prática seguida pela generalidade dos produtores que, intuitivamente, entendem que dela depende, pelo menos em parte, a produtividade das árvores e o calibre dos frutos. Os castanheiros adultos são árvores enormes, com uma grande capacidade de regular internamente o fornecimento de nutrientes às folhas, e dispõem de um sistema radicular de grande expansão, o que lhes permite aceder a nutrientes que não estão ao alcance de outras culturas. Por outro lado, sabe-se que a generalidade das árvores se encontra micorrizada com fungos benéficos, o que também lhes facilita o acesso a nutrientes menos disponíveis no solo.
A fertilização assume enorme importância para a generalidade das culturas e não o será menos para o castanheiro. No entanto, definir uma estratégia de fertilização coerente com as necessidades da espécie pode não ser tarefa fácil, sobretudo devido ao tamanho das árvores e ao facto de não haver investigação internacional sobre a temática. Ainda assim, alguns estudos realizados em Portugal apontam pistas, que serão discutidas neste documento, e que podem ajudar os produtores a orientar a fertilização do castanheiro.