A depressão em doentes crónicos Conference Paper uri icon

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  • As doenças crónicas podem ser mais ou menos exigentes pela natureza dos tratamentos e pela necessidade de cuidados contínuos, com inevitáveis repercussões na vida dos doentes. A depressão tem sido muito estudada e verifica-se que tem uma prevalência elevada em diabéticos e hemodialisados, podendo ser um fator relacionado com maior taxa de morbilidade e mortalidade nesses doentes, incluindo o suicídio. Neste estudo pretendemos avaliar os níveis de depressão em hemodialisados e diabéticos tipo II e verificar diferenças entre as duas amostras, uma vez que diferem relativamente à necessidade de alterações de modos de vida. Foi feito um estudo exploratório numa amostra de 210 doentes em tratamento de hemodiálise e 57 diabéticos Tipo II. A escala utilizada para avaliar o comportamento das amostras proporciona a exploração das dimensões associadas à depressão: BDI - "Beck Depression Inventory", versão portuguesa (Beck et al., 1988). Analisou-se a sua fiabilidade e determinou-se a média amostral, o desvio padrão e os valores máximo e mínimo, encontrados nas amostras. Foi utilizado o teste t para amostras independentes que compara as médias de variáveis obtidas nos dois grupos. Os resultados obtidos para o α de Cronbach é superior a 0,7 (Diabéticos=0,899 e Hemodialisados=0,871), o que indica uma boa consistência interna da escala utilizada e portanto, das respostas fornecidas pelos inquiridos. Os hemodialisados e diabéticos da amostra apresentam, em média, uma depressão de leve a moderada. Os diabéticos apresentam níveis mais baixos de Depressão (12,66) que os hemodialisados (15,20). O intervalo encontrado varia respetivamente entre 0 a 41 e 0 a 49 e, atendendo ao esperado que varia entre 0 a 63, podemos afirmar que existem indivíduos sem depressão mas, opostamente, também existem indivíduos com depressão grave. Não há diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos. A doença crónica implica sempre sofrimento e mudanças no estilo de vida e por esse motivo nunca é bem recebida. Mesmo os que parecem mais adaptados apresentam alguma revolta por detrás de sua tolerância, porque ninguém quer adoecer, muito menos ser doente para toda a vida. Os sentimentos que acompanham o adoecer são negativos, podendo chegar à depressão. É importante a deteção precoce de sintomas depressivos, para que sejam tomadas medidas terapêuticas adequadas a cada paciente no seu contexto biopsicossocial, evitando o suicídio que, mesmo de forma inconsciente, pode ocorrer quando existem dificuldades em lidar com grandes alterações nos hábitos de vida como acontece nestes doentes crónicos.
  • As doenças crónicas podem ser mais ou menos exigentes pela natureza dos tratamentos e pela necessidade de cuidados contínuos, com inevitáveis repercussões na vida dos doentes. A depressão tem sido muito estudada e verifica-se que tem uma prevalência elevada em diabéticos e hemodialisados, podendo ser um fator relacionado com maior taxa de morbilidade e mortalidade nesses doentes, incluindo o suicídio. Neste estudo pretendemos avaliar os níveis de depressão em hemodialisados e diabéticos tipo II e verificar diferenças entre as duas amostras, uma vez que diferem relativamente à necessidade de alterações de modos de vida. Foi feito um estudo exploratório numa amostra de 210 doentes em tratamento de hemodiálise e 57 diabéticos Tipo II. A escala utilizada para avaliar o comportamento das amostras proporciona a exploração das dimensões associadas à depressão: BDI - "Beck Depression Inventory", versão portuguesa (Beck et al., 1988). Analisou-se a sua fiabilidade e determinou-se a média amostral, o desvio padrão e os valores máximo e mínimo, encontrados nas amostras. Foi utilizado o teste t para amostras independentes que compara as médias de variáveis obtidas nos dois grupos. Os resultados obtidos para o α de Cronbach é superior a 0,7 (Diabéticos=0,899 e Hemodialisados=0,871), o que indica uma boa consistência interna da escala utilizada e portanto, das respostas fornecidas pelos inquiridos. Os hemodialisados e diabéticos da amostra apresentam, em média, uma depressão de leve a moderada. Os diabéticos apresentam níveis mais baixos de Depressão (12,66) que os hemodialisados (15,20). O intervalo encontrado varia respetivamente entre 0 a 41 e 0 a 49 e, atendendo ao esperado que varia entre 0 a 63, podemos afirmar que existem indivíduos sem depressão mas, opostamente, também existem indivíduos com depressão grave. Não há diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos. A doença crónica implica sempre sofrimento e mudanças no estilo de vida e por esse motivo nunca é bem recebida. Mesmo os que parecem mais adaptados apresentam alguma revolta por detrás de sua tolerância, porque ninguém quer adoecer, muito menos ser doente para toda a vida. Os sentimentos que acompanham o adoecer são negativos, podendo chegar à depressão. É importante a deteção precoce de sintomas depressivos, para que sejam tomadas medidas terapêuticas adequadas a cada paciente no seu contexto biopsicossocial, evitando o suicídio que, mesmo de forma inconsciente, pode ocorrer quando existem dificuldades em lidar com grandes alterações nos hábitos de vida como acontece nestes doentes crónicos.

publication date

  • January 1, 2013