Poda do olival tradicional em três cortes: um novo conceito de poda que reduz os custos e assegura produtividade
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A poda do olival é uma prática cultural que sempre recebeu grande atenção ao longo
dos tempos. Lúcio Columela, um escritor do Império Romano reconhecido pelos seus tratados
sobre agronomia, destacava o papei da poda na produtividade da oliveira . Recentemente, dizse
da poda que é necessária para manter o equilíbrio entre as partes vegetativas e reprodutivas,
para renovar as árvores envelhecidas e estimular a produção. Ainda que generalista, esta
conceptualização da poda não está tecnicamente correta nem se consegue demonstrar
experimentalmente. Através da poda não se consegue aumentar a produção. O que justifica a
poda é o controlo da volumetria da árvore, de forma a que outras técnicas culturais sejam
facilmente implementadas com destaque para a colheita. Outro dos grandes problemas da poda
são os custos que acarreta, se feita pelo modelo tradicional de poda de detalhe, como se pratica
no norte de Portugal. Efetuada em três cortes, pode ser bastante económica, consumindo
menos tempo acumulado que no sistema atual em que a poda é efetuada de três em três ou de
quatro em quatro anos. Diversos ensaios de campo mostraram que a poda ligeira não reduz de
forma significativa a produção, desde que não se remova mais de 10 a 20 % da rama em cada
evento de poda . O que melhor caracteriza a poda em três cortes é que uma árvore podada não
se deve distinguir de uma árvore não podada, logo que a rama caída ao solo seja removida. Este
é o segredo da poda do olival tradicional, permitindo que uma árvore adulta tenha sempre o
mesmo volume de copa e mantenha o mesmo potencial de produção ano após ano. A poda da
oliveira baseia-se em dar liberdade à árvore, condicionando-a apenas ligeiramente com
pequenos cortes anuais para que a sua volumetria e o seu potencial de produção não se alterem
Grupo Operacional Novas práticas em olivais de sequeiro: estratégias de mitigação e adaptação às alterações climáticas (Iniciativa ID 278).