Efeito de um Programa de Reabilitação Respiratória na força muscular isométrica em pessoas com doença respiratória crónica: Comparação com os valores de referência Conference Paper uri icon

abstract

  • A intolerância ao exercício, a par da dispneia, é uma manifestação bastante comum em pessoas com Doença Respiratória Crónica (DRC). Facto já unicamente atribuído às alterações respiratórias decorrentes da doença atualmente verificou-se que a disfunção muscular esquelética periférica é um importante fator para a diminuição da capacidade para realizar exercício com consequências conhecidas na realização de atividades de vida diária (AVD) e na qualidade de vida destas pessoas. OBJETIVOS: Quantificar os valores de força muscular isométrica (FMI) em pessoas com DRC encaminhadas para Reabilitação Respiratória (RR) e compará-los com os valores de referência para pessoas saudáveis; Conhecer o impacto da RR na FMI em pessoas com DRC. MÉTODOS: Estudo Quasi Experimental. Foram incluídas todas as pessoas com DRC referenciados para realização de programa de RR no Setor de Cinesiterapia Respiratória do Centro Hospitalar de São João nos anos de 2015 e 2016. Foram avaliados os valores da FMI no início e no final do programa de RR por dinamómetria, usando o Lafayette Manual Muscle Tester® de acordo com as recomendações do Protocolo Make Teste. PROGRAMA DE REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA: Reeducação funcional respiratória; Treino de exercício (alta intensidade); Treino de força de grandes grupos musculares dos membros superiores e inferiores, grande peitoral e grande dorsal; Treino de resistência em cicloergómero; Treino dos músculos respiratórios. RESULTADOS: Amostra de 31 pessoas (83,9% homens), dextras, constituída maioritariamente por pessoas com DPOC (67,7%) e Bronquiectasias (32,3%). Média de idades 60 (Max: 81; min:23). VEMS% mediano de 40%. Os valores da FMI no início da RR foram menores que os valores padrão para pessoas saudáveis em ambos os sexos e para todos os músculos avaliados, sendo esta diferença mais significativa nos músculos deltóide e quadrícepede. Nos homens a diferença entre os dois momentos de avaliação foi estatisticamente significativa (p < 0,05) para todos os músculos avaliados. Nas mulheres verificou-se diferença estatisticamente significativa nos músculos dos membros inferiores (excepto Isquiotibial esquerdo) em ambos os bicipedes e no deltóide direito. CONCLUSÃO: A FMI das pessoas com DRC é inferior aos valores padrão para pessoas saudáveis sendo que o programa de RR aumenta os valores de FMI em todos os músculos avaliados e para ambos os sexos sendo esta diferença mais significativa nos músculos quadricipede e deltóide, associados à realização de atividades de vida diária.

publication date

  • January 1, 2016