Resposta de seis variedades de girassol semeadas em duas densidades de sementeira cultivadas em sequeiro no Nordeste de Portugal Conference Paper uri icon

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  • O sistema cerealífero necessita de diversidade de culturas. Sem este requisito está em causa a sustentabilidade por desequilíbrios fitossanitários e redução de fertilidade do solo. O girassol, que chegou a entusiasmar o interior do país na década de 1960, é hoje uma cultura marginal ainda que com um ligeiro ressurgimento recente associado aos regadios do sul. O sistema cerealífero transmontano não tem tradição no cultivo de girassol. Contudo, também ele necessita de mais culturas para incluir na rotação. Em Trás-os-Montes a hipótese de regadio não pode ser colocada, devido à completa inexistência deste tipo de infraestruturas. Neste trabalho reportam-se resultados de um ensaio de girassol conduzido em sequeiro em que foram utilizadas seis cultivares, cinco em circulação no mercado Nacional português (Kiara, P63HH79, Oleko, Fortini e Mooelli) e uma proveniente do mercado de Angola (Chitra) combinadas num fatorial com duas densidades de sementeira (4 e 6 plantas m-2). A instalação do ensaio ocorreu em 4 de maio de 2016. O solo onde se instalou o ensaio é um Cambissolo êutrico, com pH 6,5 e teor de matéria orgânica de 1,5%. A adubação foi feita integralmente em fundo seguindo a recomendação de fertilização de um laboratório. As produções de semente variaram entre 1845 e 2886 kg ha-1. A variedade Kiara mostrou-se particularmente adaptada a estas condições de cultivo, tendo sido a que atingiu 2886 kg ha-1, na densidade de 4 plantas m-2. Em todas as variedades foram registadas maiores produções com a densidade de 4 plantas ha-1. As produções obtidas foram bastante interessantes tendo em conta as médias nacionais de produção de girassol. A primavera de 2016 foi particularmente favorável, com precipitação muito abundante nos meses de abril e maio. As plantas atingiram elevada exuberância vegetativa antes do stresse estival se ter manifestado de forma mais severa. A elevada tolerância do girassol ao stresse hídrico e a radiação e temperaturas elevadas terá permitido a translocação dos fotoassimilados para o grão, tendo originado produções muito aceitáveis. Estes resultados mostraram que não deve ser descartada a possibilidade de se cultivar girassol em Trás-os-Montes, embora se deva admitir que produtividades deste nível sejam difíceis de repetir.

publication date

  • January 1, 2017