Análise das quedas que resultaram em fratura da extremidade proximal do fémur
Conference Paper
Overview
Research
Additional Document Info
View All
Overview
abstract
As fraturas proximais do fémur apresentam uma elevada incidência em pessoas com mais de 65 anos. Embora nos países desenvolvidos o prognóstico tenha vindo a melhorar graças ao desenvolvimento dos cuidados de emergência pré-hospitalar e das técnicas cirúrgicas e anestésicas (Pedersen, et al., 2008), estas fraturas apresentam ainda taxas de mortalidade e morbilidade significativas em idosos. Epidemiologicamente a evidência científica realça que as fraturas do quadril, tendem a ocorrer mais frequentemente em idosos, sobretudo a partir dos 85 anos (Marks, Allegrante, MacKenzie, & Lane, 2002), e são mais comuns em mulheres (Cummings & Melton, 2002). Há um incremento da incidência de fraturas do fémur proximal com a idade, devido aos fatores intrínsecos aumentados, à funcionalidade diminuída (Bloch, et al., 2010) e à perda de densidade mineral e massa óssea associada ao envelhecimento (Wei., Hu., Wang., & Hwang, 2001). Acreditamos que a descrição das características da queda, por parte de quem caiu poderá melhora a nossa compreensão sobre a biomecânica deste processo. Do presente estudo consistiram em avaliar as circunstâncias em que ocorreram as quedas que resultaram em fratura da extremidade proximal do fémur, identificar fatores intrínsecos e ambientais presentes na queda, analisar o relato desse acontecimento por parte do doente, para assim entender a biomecânica da queda e avaliar a independência funcional para o desempenho de atividades de vida diária antes da queda, de forma retrospetiva, e seis meses após a alta hospitalar. Este estudo incluiu pacientes com mais de 65 anos internados entre Junho e Dezembro de 2011 no serviço de Ortotraumatologia da Unidade Hospitalar de Bragança (Unidade Local de Saúde do Nordeste) com o diagnóstico de fratura proximal do fémur. Os seguintes critérios de inclusão foram observados: a fratura ter resultado de uma queda, os sujeitos apresentarem-se orientados, conscientes e colaborantes, não ter havido perda de consciência anterior à queda e não existir amnésia relativamente ao episódio de queda. Os dados foram recolhidos em dois momentos de avaliação distintos. O primeiro momento decorreu durante o período de internamento, por entrevista estruturada, e o segundo seis meses após a alta clínica, por contacto telefónico realizado pelos investigadores. CONCLUSÕES: A maioria dos participantes no estudo eram mulheres. A literatura tem vindo a realçar as diferenças entre géneros na incidência deste tipo de lesões (Kannus et al., 1995; Sterling, 2011).
No nosso estudo predominou a fratura do colo do fémur (n=9), seguindo-se a trocantérica (n=6), subtrocantérica (n=2) e intratrocantérica (n=1).
Concluímos que 72% dos idosos caíram para o lado em que ocorreu a fratura (Tabela 3). Aizen, Dranker, Swartzman & Michalak (2003) encontraram uma prevalência de cerca de 52% para quedas homolaterais à fratura.
A literatura salienta que as quedas laterais e posterolaterais, com impacto no grande trocânter, são as mais responsáveis pela ocorrência de fratura do fémur proximal.
Tendo em conta os locais em que as quedas ocorreram e o relato do evento, concluímos pela importância da implementação de programas de prevenção de quedas que tenha como objetivo principal a correção dos fatores ambientais e arquitetónicos no domicílio do doente e a reeducação funcional e reabilitação em aspetos como a força muscular e o equilíbrio. Num estudo conduzido por Rossini, et al (2010) os autores concluíram que numa grande percentagem dos seus pacientes (86%) a queda era explicada por fatores de risco ambientais ou individuais. Comparamos os resultados encontrados para a escala de Lawton e índice de Katz, para os dois momentos de avaliação da independência funcional. Como se denota, comparando as médias da Escala de Lawton antes da queda e meio ano após a alta (5,56±3,01 pontos e 3,33±3,84 pontos, respetivamente) verificamos uma diminuição da independência funcional significativa em termos estatísticos (p=0,03) pelo teste não paramétrico de Wilcoxon. Após a alta foram também encontradas pontuações médias mais baixas para o Índice de Katz (17,17±1,29 pontos antes da queda e 13,78±3,76 pontos seis meses pós-alta), com significância estatística (p=0,03). Um estudo por nós consultado relativamente a esta temática (Lin & Chang, 2004) concluiu que apenas 58% dos doentes com fratura consegue caminhar na rua um ano após fratura.
As quedas constituem uma das principais causas de morbilidade no idoso. Investigámos fatores de risco e características das quedas que resultaram em fratura da anca, com base em entrevistas a idosos internados em ortotraumatologia. Identificar fatores intrínsecos e ambientais e analisar o relato da queda. Avaliar, retrospetivamente, a independência funcional do idoso antes da queda; e prospectivamente a independência seis meses após alta. Estudo descritivo com 18 idosos participantes; sendo critérios de inclusão apresentarem-se orientados, colaborantes e sem amenésia para o episódio de queda. A recolha de dados fez-se durante o internamento e seis meses após alta clínica. A amostra foi constituída por 4 homens e 14 mulheres com média de idade de 82,39±5,33 anos. O membro lesado foi maioritariamente o esquerdo (n=7) e predominou a fratura do colo (n=9), seguindo-se a trocantérica (n=6), subtrocantérica (n=2) e intratrocantérica (n=1). Todos os idosos foram submetidos a cirurgia. As fraturas resultaram na sua maioria (n=13) de quedas da própria altura ocorridas em casa (n=13). Os idosos relataram fatores que, isoladamente ou em conjunto, precipitaram a queda; entre os quais as perturbações do equilíbrio (n=11), diminuição da força (n=6), calçado mal ajustado (n=4) e barreiras arquitetónicas (n=4). Relativamente ao mecanismo do trauma, frequentemente a queda deu-se para o lado em que ocorreu a fratura (n=13), sem utilização das mãos como defesa (n=10). Quase todos os participantes (n=16) referiram ter medo de cair novamente após deixarem o hospital.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: As quedas resultaram da combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos. O padrão mais comum foi a queda da própria altura, sem uso de reflexos protetores, impactando no solo com o quadril do lado fraturado.
Após a alta a grande maioria dos idosos regressou ao domicílio. Na avaliação após 6 meses constatou-se que 5 faleceram, dos quais 3 com AVC. Comparando a funcionalidade antes da queda e seis meses após alta, através da Escala de Lawton e Índice de Katz, concluímos que as fraturas da anca conduziram a uma diminuição acentuada da independência funcional.
As quedas constituem uma das principais causas de morbilidade no idoso. Investigámos fatores de risco e características das quedas que resultaram em fratura da anca, com base em entrevistas a idosos internados em ortotraumatologia. Objetivos: Identificar fatores intrínsecos e ambientais e analisar o relato da queda. Avaliar, retrospetivamente, a independência funcional do idoso antes da queda; e prospectivamente a independência seis meses após alta. Estudo descritivo e correlacional com 18 idosos participantes; sendo critérios de inclusão apresentarem-se orientados, colaborantes e sem amnésia para o episódio de queda. A recolha de dados fez-se durante o internamento e seis meses após alta clínica. A amostra foi constituída por 4 homens e 14 mulheres com média de idade de 82,39±5,33 anos. O membro lesado foi maioritariamente o esquerdo (n=7) e predominou a fratura do colo (n=9), seguindo-se a trocantérica (n=6), subtrocantérica (n=2) e intratrocantérica (n=1). Todos os idosos foram submetidos a cirurgia. As fraturas resultaram na sua maioria (n=13) de quedas da própria altura ocorridas em casa (n=13). Os idosos relataram fatores que, isoladamente ou em conjunto, precipitaram a queda; entre os quais as perturbações do equilíbrio (n=11), diminuição da força (n=6), calçado mal ajustado (n=4) e barreiras arquitetónicas (n=4). Relativamente ao mecanismo do trauma, frequentemente a queda deu-se para o lado em que ocorreu a fratura (n=13), sem utilização das mãos como defesa (n=10). Quase todos os participantes (n=16) referiram ter medo de cair novamente após deixarem o hospital. As quedas resultaram da combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos. O padrão mais comum foi a queda da própria altura, sem uso de reflexos protetores, impactando no solo com o quadril do lado fraturado. Após a alta a grande maioria dos idosos regressou ao domicílio. Na avaliação após 6 meses constatou-se que 5 faleceram, dos quais 3 com AVC. Comparando a funcionalidade antes da queda e seis meses após alta, através da Escala de Lawton e Índice de Katz, concluímos que as fraturas da anca conduziram a uma diminuição acentuada da independência funcional.Background: Falls are a major cause of morbidity in elderly. We investigated risk factors and characteristics of falls that led to hip fractures in Elderly. Objectives: Identify intrinsic and extrinsic factors and analyze the report of the fall. Evaluate the functionality before the fall and the functional independence six months after discharge. Material and Methods: Descriptive and correlational study with 18 elderly participants. Inclusion criteria were: participants must be conscious, oriented and without amnesia to the fall episode. Data collection was made during hospitalization and six months after discharge. Results: Sample consisted of 4 men and 14 women, admitted in the Trauma and Orthopedic department, with mean age was 82.39 ± 5.33 years. Proximal femur fractures mainly occurred in the left leg. All patients were treated surgically. Fractures resulted mostly (n = 13) of falls from own height occurred at home (n = 13). Elderly had reported factors that, individually or together, precipitated the fall, including balance disorder (n = 11), decreased strength (n = 6), ill-fitting footwear (n = 4) and architectural barriers (n = 4). Regarding the mechanism of injury, often the fall took place on the side where the fracture occurred (n = 13) without the use of hands as a defense (n = 10). Almost all participants (n = 16) reported fear of falling after discharge. Discussion and Falls resulted from combination of intrinsic and extrinsic factors. The most common pattern was a fall from own height, without protective reflexes, impacting the ground with the fractured hip side. 6 months after discharge we found that 5 died. Comparing functionality before the fall and six months after discharge with the Lawton Scale and Katz Index, we conclude that hip fractures have led to a sharp decline in functional independence.