Controlo de populações de microalgas por plantas: Que relevância em Agroecologia? Conference Paper uri icon

abstract

  • Muitos sistemas aquáticos apresentam desenvolvimento excessivo de fitoplâncton e algas filamentosas devido à eutrofização. Para mitigar os problemas ambientais e económicos resultantes, têm sido aplicados algicidas convencionais. Contudo, estes têm eficácia discutível, são tóxicos e persistentes no ambiente. Uma alternativa poderá ser a utilização de plantas e dos seus extractos como algicidas naturais. No presente trabalho foi investigado o potencial algicida/algistático de óleos essenciais e de decocções extraídos das seguintes plantas: alfazema (Lavandula sp), alecrim (Rosmarinus officinalis L.), loureiro (Laurus nobilis L), mendrasto (Mentha suavolens Ehrh.), freixo (Fraxinus angustifolia Vahl.), choupo (Populus sp.) e sabugueiro (Sambucus nigra L.). Para tal, culturas de Chlorella vulgaris Beijerinck (Chlorophyta) e Anabaena cylindrica Lemm (Cyanophyta) foram expostas a diferentes concentrações dos extractos mencionados. Os resultados obtidos sugerem que os óleos essenciais testados possuem propriedades algicidas e que apenas as decocções de alecrim e loureiro na concentração máxima testada terão efeito algistático nas culturas de Chlorella vulgaris e capacidade de diminuição da proliferação celular nas culturas de Anabaena cylindrica. A decocção de freixo também parece ter efeito algistático mas apenas na cultura de Anabaena cylindrica. No futuro, e num contexto de uma agricultura cada vez mais sustentável plantas, ou extractos, com propriedades algicidas/algistáticas poderão ser utilizados para controlar o excesso de algas em charcos e tanques das explorações agrícolas e em sistemas aquáticos adjacentes com menores impactos ambientais e económicos e com menos riscos para a saúde pública.
  • Um número crescente de sistemas aquáticos, devido à eutrofização, pode apresentar um desenvolvimento excessivo de fitoplâncton e de algas filamentosas. Para mitigar os problemas ambientais e económicos resultantes, têm sido aplicados algicidas químicos que apresentam limitações, como eficiência discutível, persistência no ambiente e elevada toxicidade. A utilização de extractos de plantas poderá ser uma alternativa face a estes algicidas químicos. O objectivo do presente estudo foi avaliar a actividade algicida/algistática de extractos de plantas, com vista a desenvolver tecnologias de controlo de populações de algas, num contexto de uma Ecologia sustentável.

publication date

  • January 1, 2011