Avaliação multidimensional dos idosos nos concelhos de Bragança e Vinhais
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Avaliar o nível funcional dos idosos em cinco áreas (recursos sociais,
recursos económicos, saúde mental, saúde física e atividades de vida
diária (AVD)) nos idosos do concelho de Vinhais.
Contexto e objetivoAvaliar o nível funcional dos idosos em cinco áreas (recursos sociais,
recursos económicos, saúde mental, saúde física e atividades de vida diária (AVD)) nos idosos do
concelho de Vinhais.MétodoO presente estudo é quantitativo e transversal. Foi definida como
população para este estudo os utentes do Centro de Saúde de Bragança e da Unidade de Cuidados de
Saúde Primários de Vinhais com mais de 65 ou mais anos de idade. A amostra, estratificada e
ponderada por género e estrato etário, é de 210 idosos selecionados aleatoriamente correspondo a
cerca de 2% do universo. O instrumento de recolha de dados usado foi a versão portuguesa do
questionário OARS, validada para a população portuguesa por Manuel & Rodrigues (2008).
Compararam-se grupos de acordo com o género e a idade considerando Jovens Idosos (JI, 65-74),
Idosos Intermédios (II, 75-84) e Muito Idosos (MI; >=85).ResultadosVinhais tem maior proporção de
II (40,6% vs 23,4%) e menor proporção de JI (39,1% vs 54,5%) do que Bragança. A proporção de
pessoas sós aumenta com a idade (JI: 23,8%; II: 34,9% e MI: 41,3%; p<0,001) e é maior em mulheres
do que em homens (82,5% vs 53,1%; p<0,001). Nível superior de instrução é mais frequente em JI
(73,1%) e em homens (53,8%). A proporção de participantes com situação satisfatória para cada área
avaliada supera 90%. A situação satisfatória para recursos sociais aumenta com a idade (JI: 87,2%; II:
88,9% e MI: 100%; p=0,046), sem diferenças por género (p=0,821). Os JI reportam com mais
frequência situação satisfatória para recursos económicos (JI: 98,9%; II: 87,5% e MI: 97,7%;
p=0,004), bem como os homens (98,9% vs 91,7%; p=0,026). Quanto à saúde mental não há diferenças
significativas por grupo etário (p=0,863) e género (p=0,084) mas, tendencialmente, os II e as mulheres
apresentam situação menos satisfatória. Não há diferenças significativas para a proporção de situação
satisfatória para a saúde física por grupo etário, mas as mulheres apresentam menor proporção do que
os homens (89,0% vs 100%; p=0,001). Naturalmente, a proporção de participantes com situação
satisfatória para AVD diminui com a idade (JI: 98,9%; II: 93,1% e MI: 68,2%; p<0,001), sem
diferenças por género (p=0,152). A existência de debilidade (pelo menos uma situação de não
satisfatório nos cinco aspetos precedentes) foi reportada por 26,7% dos participantes. Não há
diferenças significativas entre grupos etários (p=0,455) mas quanto ao género há maior presença de
debilidade nas mulheres do que os homens (33,9% vs 16,9%; p=0,007). Relativamente a perfis de
debilidade, o mais frequente é o perfil 2 (apenas debilidade social) seguido do perfil 6 (apenas
debilidade nas AVD) correspondendo 7,6% e 5,7% da amostra, respetivamente; verificamos ainda que
o tipo de debilidade mais frequente são as AVD (n=21), a debilidade social (n=18) e mental (n=18).
ConclusõesFazendo uma análise as dimensões do instrumento de avaliação multidimensional OARS
podemos concluir que a autonomia para as AVD são o fator mais preocupante na debilidade dos
idosos, seguindo-se a debilidade devida aos recursos sociais insuficientes e à debilidade da saúde
mental. As mulheres e os muito idosos apresentam piores indicadores de funcionalidade.