Avaliação de alimentos comerciais utilizados em apicultura Conference Paper uri icon

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  • O estado nutricional de uma colónia é reconhecido como um fator chave para garantir uma colmeia saudável. Assim, é natural que se verifique por parte dos apicultores um incremento na procura de suplementos alimentares para colmatar os desequilíbrios nutricionais de acordo com os objetivos desejados pelos mesmos. As empresas ligadas à apicultura têm demonstrado uma enorme capacidade para responder a essa procura, verificando-se uma escalada crescente e agressiva no número de produtos comercializados, fruto também da baixa regulamentação de produtos alimentares para animais. Atualmente estão disponíveis mais de 40 produtos no mercado Português, com uma composição muito variável e por vezes mesmo indefinida, alegando um conjunto de ações ao nível de estimulo à criação, suplemento energético, suporte à criação de rainhas, melhoria da qualidade de postura redução de níveis de reprodução de varroa, melhoria da microflora intestinal das abelhas, prevenção da Nosemose, melhoria da saúde de colmeias infestadas por Loque americana, entre outras. Face a esta realidade o projeto ApisCibus, financiado pelo PAN (Programa Apícola Nacional), no qual intervêm a FNAP, como entidade preponente, o IPB como coordenador científico e a UTAD como parceira científica, pretende avaliar nutricionalmente alimentos presentes no mercado português. Neste trabalho são apresentados os resultados preliminares entretanto obtidos. A metodologia utilizada segue as recomendações de um grupo de especialistas apícolas da comunidade científica internacional COLOSS [1]. Os alimentos são avaliados de acordo com a longevidade das abelhas que os ingerem. As abelhas (Apis mellifera iberiensis) utilizadas neste estudo, nasceram em estufa à temperatura de 35 ºC e humidade de 70%, num período de 10 horas sem acesso a alimento. Após o nascimento foram homogeneizadas e aleatoriamente distribuídas por gaiolas num total de 50 abelhas por gaiola. Foram realizados 2 ensaios, no primeiro forneceu-se um alimento e água a cada gaiola com abelhas e envolveu 14 alimentos (9 energéticos e 5 proteicos); no segundo ensaio, a cada gaiola foi fornecido um alimento proteico e um energético, mais água, num total 20 gaiolas, tendo-se efetuado 2 réplicas. Os resultados sugerem que com a utilização de alimentos energéticos se obtém uma longevidade superior à dos alimentos proteicos. Em geral, observou-se uma sinergia positiva quando se associou um alimento energético a um proteico, mas verificou-se uma exceção em que alimentos energéticos sozinhos apresentaram maior longevidade do que quando associados a um proteico o que sugere uma eventual toxicidade do segundo. O pólen quando combinado com um alimento energético mostrou ser o alimento proteico com maior capacidade para manter as abelhas vivas.

publication date

  • January 1, 2018