Este estudo foi financiado no âmbito do Programa
Apícola Nacional 2014 -2016 PAN. Os autores agradecem
às seguintes instituições pelo apoio na recolha
de amostras e informação da atividade produtiva:
Associação de Apicultores do Parque Natural do
Tejo Internacional, Associação de Apicultores do
Parque Natural do Vale do Guadiana, Associação
dos Apicultores do Nordeste do Alentejo,
Associação dos Apicultores do Parque Natural de
Montesinho, Associação dos Apicultores do Parque
Natural do Douro Internacional, Associação dos
Apicultores do Sotavento Algarvio, Associação
dos Apicultores do Sudoeste Alentejano e Costa
Vicentina, Cooperativa dos Apicultores do Alto
Tâmega e Cooperativa dos Produtores de Mel da
Terra Quente e Frutos Secos. Agradecem ainda à
Federação Nacional de Apicultores de Portugal
pelo apoio técnico no desenvolvimento do projeto.
O mel produzido pela abelha Apis mellifera é um produto natural com uma grande tradição de consumo devido às suas propriedades nutricionais e terapêuticas. Em Portugal, o mel de rosmaninho é um dos mais comuns, devido à ampla dispersão espontânea de espécies do género Lavandula: L. pedunculata, a mais abundante, L. stoechas com as subespécies stoechas e luisieri e ainda, de uma forma localizada, a L. viridis. Esta diversidade, associada aos padrões de qualidade estabelecidos internacionalmente com base noutras espécies de Lavandula, colocam ao mel de rosmaninho Português dificuldades para se enquadrar nesse padrão. Neste trabalho apresentam-se os resultados de caraterização do perfil de açúcares para amostras, recolhidas em 2014 nas diferentes regiões do país com alto potencial para a produção deste tipo de mel monofloral. Os resultados de melissopalinologia confirmaram a monofloralidade de 72% das amostras em estudo, observando-se um perfil de hidratos de carbono caraterístico de méis de néctar, com predominância da frutose e glucose. Os teores destes monossacarídeos variam ligeiramente com a região de proveniência do mel, observando-se uma menor tendência de cristalização para os méis do sul de Portugal. Adicionalmente, foi também identificada a presença de sacarose e maltose, entre outros, em quantidades inferiores a 5%.
The honey produced by the honeybee Apis mellifera is a natural product with a great tradition of consumption due to its nutritional and therapeutic properties. Lavender honey is one of the most common honeys in Portugal, due to the wide spread of different spontaneous species of Lavandula: L. pedunculata, the most abundant, L. stoechas with the subspecies stoechas and luisieri and, in specific location, L. viridis. This diversity, together with the international quality standards established based on other Lavandula species, places on Portuguese lavender honey enormous difficulties to fit within those parameters. In this paper we present the results for the sugar profile of samples collected in 2014 in different regions of the country with higher potential for lavender honey production. The melissopalynology results confirmed 72% of the honeys as unifloral lavender, with a sugar profile typical of nectar honeys, where fructose and glucose were the main components. The levels for this monosaccharides varies slightly with the geographical origin, with samples from the south pointing towards a lower tendency for crystallization. Besides these sugars, sucrose and maltose, among others, were also identified, but with levels below 5%.