A Península Ibérica é marcada, nos seus traços climáticos e ecológicos gerais pela influência do
Mediterrâneo e da circulação de Oeste. É um espaço geográfico dominado por diversas cadeias
montanhosas e mesetas interiores elevadas no qual os Pirinéus, a NE, e a Cadeia Penibética, a
Sul, são os relevos mais imponentes, embora a disposição dos maciços menos elevados tenha
igualmente importância climática decisiva. Nesta síntese exploram-se as relações entre os fatores
determinados pelo relevo e a distribuição espacial dos principais elementos de clima, ilustradas
com exemplos à escala regional. Abordam-se também fenómenos à escala local, típicos das zonas
de montanha, como o desenvolvimento de ventos catabáticos e anabáticos, e as inversões térmicas.
Num segundo passo, reúnem-se elementos explicativos dos grandes domínios climáticos
da Península, mostrando-se os contributos da posição geográfica e da fisiografia para o marcado
contraste entre a Ibéria Verde e a Ibéria Parda. Finalmente, desenvolve-se um roteiro descritivo
de condições de tempo típicas, configurando condições sinópticas. Sublinha-se a relevância das
zonas de montanha da Península Ibérica, depositárias de elementos do maior interesse científico
para o conhecimento e preservação dos recursos naturais destas zonas, em larga medida dependentes
do clima em que historicamente aí evoluíram ecossistemas e paisagens.