As fronteiras e as unidades biogeográficas reconhecidas na “Carta
Biogeográfica de Portugal” de Costa et al. (1998) emergiram da identificação
e da cartografia de comunidades vegetais e de séries de vegetação, em acordo
com os métodos e conceitos da Escola Sigmatista de Fitossociologia. Embora
não contenha qualquer componente zoogeográfica e actualmente esteja em curso
uma revisão do texto e da cartografia de 1998, a inclusão neste atlas de uma descrição
abreviada da “Carta Biogeográfica de Portugal” justifica-se pelo seu valor
heurístico, pela estreita correlação encontrada entre as unidades biogeográficas
então propostas e os padrões de distribuição de alguns tipos de uso do território
(e.g. sistemas de agricultura) ou de alguns grupos de animais (e.g. peixes de água
doce) ou de plantas vasculares (e.g. endemismos dos géneros Armeria e Ulex) e,
ainda, pelo facto da tipologia biogeográfica desenvolvida por aqueles autores ser
citada com frequência na bibliografia portuguesa da especialidade.