A utilização dos pequenos ruminantes na prevenção dos incêndios rurais: estratégia pró-activa de promoção silvopastoril Chapter uri icon

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  • Portugal é um dos países europeus mais afectados pelos incêndios rurais. Entre 1980 e 2004, ardeu em Portugal o equivalente a 30% da área do país (Cardoso Pereira et al. 2006). Portugal é também, o único país Europeu de carácter Mediterrânico onde a média anual de área ardida aumentou nas duas últimas décadas (Catry et al. 2006). O aumento da resiliência do território aos incêndios florestais implica, entre outras, uma correcta gestão dos combustíveis. Tradicionalmente, a gestão dos combustíveis dos povoamentos florestais estava assegurada pela interligação entre as diferentes actividades agrárias e pela satisfação das necessidades combustíveis das populações rurais. A redução da biomassa combustível era, assim, um processo natural e integrado numa lógica de auto-suficiência e auto-sustentabilidade. Todavia, a diminuição da pressão humana sobre os territórios agrários, a par da modernização da actividade agrária e da transformação das sociedades rurais, alterou profundamente este equilíbrio. A gestão dos combustíveis de forma não natural é uma tarefa árdua e muito dispendiosa, sobretudo se atendermos à forte produtividade primária de alguns ecossistemas do país. Neste contexto, o interesse pela reinvenção de formas de gestão dos combustíveis de tipo mais natural e que simultaneamente tenham capacidade para gerar riqueza é amplamente reconhecido. Tendo como suporte a experiência das zonas de Montanha do Nordeste Transmontano, incidiremos na análise das transformações ocorridas no meio rural com incidência sobre a pastorícia extensiva, nos potenciais impactos desta actividade na gestão dos combustíveis, e na relação desta actividade com os fogos rurais.

publication date

  • 2008