Comportamento de duas variedades de oliveira (Cobrançosa e Arbequina) em solos ácidos
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Os valores de pH do solo considerados mais adequados para a oliveira situam-se
entre 6,0 e 7, 5. Contudo a cultura parece adaptar-se bem aos solos ácidos do nordeste
transmontano, onde os valores de pH são frequentemente inferiores a 5, 5. Uma das
cultivares mais utilizadas nesta zona do país é a "Cobrançosa", que parece ter alguma
tolerância à acidez. Em Espanha, sobretudo em olivais de alta densidade, é comum a cultivar
"Arbequina", que, supostamente, será mais sensível à acidez. De forma a avaliar o
comportamento das cvs. "Cobrançosa" e "Arbequina" em solos ácidos, foi instalada uma
experiência em vasos (3 kg de terra) em março de 2016 numa estufa da Escola Superior
Agrária de Bragança. A experiência foi organizada num fatorial de duas cultivares, dois solos
(com pH de 4,4 e 4, 7) e duas modalidades de fertilização (com e sem aplicação de calcário).
Em setembro de 2016 retirou-se de cada vaso uma pequena amostra de solo, sendo a planta
dividida em três componentes, folhas, caules e raízes. Foram determinados parâmetros
diversos da fertilidade do solo e a composição elementar dos tecidos das plantas. Na cultivar
"Cobrançosa" verificam-se diferenças significativas no teor de cálcio nas amostras foliares e
nas amostras das raízes, com valores mais elevados no tratamento com calcário. Na cultivar
"Arbequina" observam-se diferenças significativas no teor em alumínio nas folhas, caules e
raízes, sendo os valores mais elevados na modalidade sem calcário. A cultivar "Arbequina"
registou valores de biomassa radicular significativamente mais elevados que a "Cobrançosa'
(respetivamente 18,6 e 7,0 g planta-l). Verificam-se diferenças significativas entre as
cultivares em estudo (independentemente do tratamento e do tipo de solo) no teor de
alumínio na raiz, com a cultivar "Cobrançosa" a apresentar valores mais elevados (4563, 0 mg
kg-l) em relação à "Arbequina" (2528, 6 mg kg-l). A "Arbequina" apresentou valores de cálcio
nos ca u lês (6,9 g kg-l) e nas raízes (11,4 g kg-l) superiores à "Cobrançosa" (5, 3 e 5,8 g kg-l,
respetivamente). Em ambas as cultivares, o alumínio encontra-se mais concentrado nas
folhas (256/5 208,5 mg kg-l nas cultivares Cobrançosa e Arbequina, respetivamente) do que
nos caules (228, 0 e 169, 5 mg kg ).