Satisfação com a vida e com a profissão: enfermeiros a trabalhar no estrangeiro Conference Paper uri icon

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  • O fenómeno da emigração é cada vez mais significativo em enfermeiros, torna-se essencial identificar o seu nível de satisfação ou não, face à realidade com que se depararam após a tomada de decisão de trabalhar fora do país. Objetivos: Esta investigação tem como objetivos avaliar o nível de satisfação com a vida e com o trabalho de enfermeiros a trabalhar no estrangeiro e a sua relação com variáveis de caraterização. Metodologia: É um estudo de natureza quantitativa, descritivo correlacional e transversal. A população alvo do presente estudo corresponde aos profissionais de saúde licenciados em Enfermagem a exercer atividade profissional fora de Portugal e que se encontram em alguns dos países da comunidade Europeia, nomeadamente Alemanha, Espanha, França, Inglaterra, Irlanda e Suíça. A amostra é constituída por 42 enfermeiros, à qual foi aplicado um questionário via online constituído por questões de caraterização sociodemográfica e profissional e pelas escalas de Satisfação com a Vida (Diener, Emmons, Larsen & Griffin, 1985) e de Satisfação com o trabalho (Chambel e Marques-Pinto, 2008. Resultados: A maioria da amostra (76,2%) pertence ao sexo feminino e 69% são solteiros. Relativamente à experiência profissional a maioria possui menos de 5 anos de serviço. Quanto aos países onde se encontram a trabalhar, 29% trabalham na Inglaterra; 22% na França e 14% em Espanha. No que respeita à satisfação com a vida, a maior parte dos participantes perceciona diversos aspetos pessoais como positivos em relação à sua vida, os mais pontuados são a Satisfação com a Saúde (25) a Satisfação Económica (27), a Satisfação Profissional (20) e a Satisfação Social (20). Em relação à insatisfação, ela é expressada por 19%, estando relacionada com a Vida Afetiva, com a Satisfação Familiar, com a Satisfação Social e com as condições de vida. Relativamente satisfação com o trabalho a grande maioria da amostra sente-se satisfeito ou muito satisfeito com o trabalho que desempenha no estrangeiro. Os resultados indicam níveis de satisfação com a vida, com valor médio de 3,73 (dp=0,63) e satisfação com o trabalho em média de 3,2 (dp=0,64). O coeficiente de correlação de Spearman mostra haver uma correlação positiva e estatisticamente significativa entre satisfação com a vida e com o trabalho (ρ=0,05). Não se observou relação estatisticamente significativa entre as variáveis sociodemográficas e profissionais e as escalas de satisfação com a vida e com o trabalho, Conclusões: Os resultados encontrados mostram níveis de satisfação positivos quer para a vida pessoal, quer para a vida profissional, correlacionando-se de forma positiva e significativa. Assim, o estudo destas variáveis pode revelar-se deste modo pertinente, na medida em que o nível de satisfação pessoal e profissional pode interferir na qualidade e segurança dos cuidados prestados. Por outro lado, podem também constituir critério nas escolhas dos futuros profissionais.

publication date

  • January 1, 2019