Burnout em enfermeiros dos cuidados continuados
Conference Paper
Overview
Research
Additional Document Info
View All
Overview
abstract
A Síndrome de Burnout é geralmente definida como um conceito
multidimensional, caracterizada por uma exaustão emocional elevada, desenvolvimento de atitudes de indiferença e afastamento emocional das pessoas a quem se prestam os serviços ou cuidados e um sentimento de ineficácia. Esta síndrome é mais frequente entre os profissionais que trabalham no seu quotidiano com pessoas, ou seja, entre os profissionais que prestam
ajuda e a sua origem, está relacionada com a exposição a uma carga excessiva de stress
ocupacional crónico.
Avaliar o nível de Síndrome de Burnout nos enfermeiros que trabalham nas
Unidades de Cuidados Continuados (Média Duração e Reabilitação e Longa Duração e
Manutenção) da zona Norte do país.
Material e Métodos: População de 96 enfermeiros que exercem a sua atividade laboral nas Unidades de Cuidados Continuados da zona Norte do país. O instrumento de recolha de dados utilizado foi o questionário constituído pela escala de avaliação do Burnout (Maslach Burnout Inventory – MBI, 1981) e por questões de caracterização sociodemográfica e profissional.
Os resultados obtidos no MBI para a população em estudo indicam que, em
média, os indivíduos apresentam um nível moderado de Burnout (score de 54,75).
Encontramos algumas correlações estatisticamente significativas entre Burnout e as variáveis:idade, género, tempo de serviço e satisfação no trabalho.
Conclusões: O MBI é um instrumento fiável para avaliar o nível de Burnout nos enfermeiros em estudo. Neste estudo, tendo em consideração que o Burnout total na escala MBI pode variar entre um score mínimo de 0 e um score máximo de 132, podemos afirmar que os
enfermeiros das unidades de cuidados continuados de média e de longa duração da zona Norte do país apresentam um nível moderado de Burnout, mas com tendência a aumentar. Com o intuito de evitar que os níveis moderados de Burnout se tornem elevados, podendo chegar à
exaustão emocional dos cuidadores, é necessário adotar uma cultura organizacional adequada que favoreça a realização de atividades preventivas do stress crónico, a partir da atuação em equipas multidisciplinares, numa perspetiva de resgatar as características afetivas contidas no quotidiano de quem cuida.
Síndrome de Burnout é um conceito multidimensional caraterizado por uma exaustão emocional elevada, desenvolvimento de atitudes de indiferença e afastamento emocional das pessoas a quem se prestam os serviços ou cuidados e um sentimento de ineficácia (Queirós, 2005). Caracteriza-se então pela avaliação dos parâmetros de Exaustão Emocional, Realização Profissional e Desumanização / Despersonalização
Com a presente investigação pretendemos verificar a ocorrência da
Síndrome de Burnout, analisando a sua incidência nos enfermeiros das UCC.
Material e métodos
Foi feito um estudo descritivo, quantitativo de carácter correlacional e de natureza transversal.
A população-alvo do estudo é constituída por 252 enfermeiros que trabalham nas UCC de média e longa duração da zona norte do país, distribuídos por cinco distritos: Bragança, Vila Real, Viana do Castelo, Braga e Porto, sendo obtida uma amostra de 96 enfermeiros, que preencheram um questionário constituído por questões de caracterização (variáveis independentes) e pela Escala Maslach Burnout Inventory (MBI: Maslach e Jackson, 1981), sendo o Burnout a variável dependente. Para a análise estatística descritiva e correlacional (χ2) foi utilizado o SPSS 18.
Os indivíduos da amostra apresentam um nível moderado de Burnout (score de 54,75). Nas 3 dimensões verificaram-se níveis baixos de Exaustão Emocional (EE) (75,3%), de Despersonalização (DP) (82,6%) mas também de Realização Profissional (RP) (67,4%). Verificou-se uma maior EE em comparação com a DP, mas nesta última podem-se encontrar níveis mais severos de desgaste. Apenas se verificaram relações estatisticamente significativa entre a idade e a EE(↓idade/↓EE), entre as variáveis - género e tempo de serviço - com o nível de DP (mulheres: nível mais baixo de DP que Homens e enfermeiros com menos tempo de serviço -<30 meses- apresentam um nível mais baixo de DP em comparação com os enfermeiros com mais tempo de serviço) e ainda correlações negativas entre a“Satisfação no local de trabalho” e as dimensões EE e DP (à medida que a satisfação no local de trabalho aumenta, a EE e a DP diminuem).
Os enfermeiros constituem uma das classes profissionais mais expostas a fontes contínuas geradoras de stress ocupacional, pois estão expostos a uma carga física e mental exagerada, a longos turnos de trabalho, ao número insuficiente de colegas no local de trabalho, bem como à falta de reconhecimento no seu trabalho (Queirós, 2005). Com o intuito de evitar que os níveis moderados de Burnout se tornem elevados, podendo chegar à exaustão emocional dos cuidadores, é necessário adotar uma cultura organizacional adequada que favoreça a realização de atividades preventivas do stress crónico, a partir da atuação em equipas multidisciplinares, numa perspetiva de resgatar as características afetivas contidas